A Cerveja

Ahhh, a cerveja!!

Umas das bebidas mais antigas e mais consumidas em todo o mundo, é a queridinha dos brasileiros e da ciência. Novas tendências no mercado cervejeiro vem surgindo a cada dia, e o Cientista de Alimentos está por dentro dessas inovações podendo atuar em qualquer área do processo de produção de cerveja.

Mercado de cerveja no Brasil

O mercado de cerveja no Brasil tem crescido constantemente e continua sempre em desenvolvimento. O Brasil atualmente ocupa o terceiro lugar no mundo dos países de maior consumo de cerveja, sendo responsável por 7% do consumo mundial.

Produção de cerveja no Brasil

A produção das cervejas tradicionais e mais conhecidas, baseia-se em formulações com maior padronização para atender uma ampla parcela da população, podendo ser acrescentado em sua formulação cereais não maltados como o arroz e o milho, mas também de outros cereais maltados como o trigo. As cervejas tradicionais  necessitam neste caso de um alto volume na produção para atender a grande demanda de consumo. 

Já na produção das cervejas artesanais, as principais e importantes etapas são as de seleção das matérias-primas, diferenciadas e específicas para cada estilo, e o seu processo de produção, onde cada cerveja é produzida de acordo com seu estilo, maltagem específica, lúpulos e leveduras. As matérias-primas são o ponto principal que diferencia cada estilo de cerveja. Os maltes com torras diferentes são característicos das cervejas mais escuras, por exemplo. Já a lupulagem é responsável pelas características aromáticas e de amargor, enquanto as leveduras alteram o tipo de fermentação. Além disso, as cervejas artesanais são mais comumente produzidas em uma escala menor, de modo a atender um mercado mais restrito. Porém este é um mercado em crescimento e adaptação.

O profissional Cientista de Alimentos na produção de cerveja

O Cientista de Alimentos pode atuar dentro da indústria cervejeira, seja na produção, no controle de qualidade e nas análises laboratoriais. Dentro das análises pode-se atuar com a matéria-prima, a bebida em processo fermentativo e o produto final, a fim de garantir a melhor qualidade para os consumidores desta bebida tão apreciada no Brasil e no mundo.

Há presença do Cientista em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e de novos métodos de produção de cerveja, seja dentro das indústrias, seja nas Universidades. Muitos profissionais têm produzido inovações dentro do mercado das cervejas, como por exemplo a testagem de diferentes tipos de leveduras não características da produção de cerveja e obtenção de bebidas diferenciadas.

As cervejas e suas inovações

O mercado cervejeiro está em constantes mudanças e dentro dessas mudanças estão as inovações em diversos aspectos. Dentro disso, a ciência e tecnologia está totalmente atrelada ao mercado cervejeiro e seu crescimento/diversificação.

No meio acadêmico e da pesquisa, dentro das universidades, laboratórios e institutos de pesquisa, a descoberta de novas formas de utilização de ingredientes básicos da cerveja é uma das áreas mais relevantes em que as pesquisas avançam. Novas variedades de maltes e lúpulos, extração da lupulina com criogenia e isolamentos de novas cepas e colônias de leveduras são alguns dos exemplos de como a pesquisa científica impacta os ingredientes, e também nas inovações na área cervejeira.

Já na indústria de alimentos, essas inovações vêm alavancando vários nichos diferenciados e novos consumidores de cerveja. Hoje no mercado, temos cervejas que são feitas sem álcool, mas não perdem o sabor característico para os consumidores que gostam de apreciar uma boa cerveja, porém não querem consumi-las com teor alcoólico.

Temos, também, as cervejas sem glúten, proposta que vêm para impulsionar o mercado, não só para os celíacos e intolerantes à proteína, mas também para os que optam por uma dieta sem a presença da mesma nos cereais como a cevada e o trigo, e sem perder o sabor tradicional.

As cervejas low carb também ganham espaços entre os consumidores, em especial o público fitness. Neste caso, a indústria aposta em uma bebida de consumo reduzido de carboidratos e teores calóricos, focando no público que busca estilos de vida mais saudáveis.

Outras novidades nesse mercado amplo de cervejas são as cervejas instantâneas, desenvolvidas em pó dentro de garrafinhas ou em sachês, e que são preparadas com adição de água com gás gelada. Por fim, não podemos esquecer que nos últimos anos, a produção de lúpulos 100% brasileiros vêm ganhando força e um grande espaço nacional contemplando aí a união da Ciência e da Tecnologia na produção de cervejas.

Um amor chamado cerveja

Não venho aqui somente falar de cerveja, mas também dessa paixão por essa área que vem crescendo a cada dia e ganhando espaço dentro do meu coração, além de mostrar o potencial do profissional Cientista de Alimentos. Essa paixão já vem de muito tempo, mas foi na graduação que tomou uma proporção maior e surgiu o desejo de aprofundar nessa área, nas aulas de Fermentação e também de Tecnologia de Bebidas. Assim, a escolha da área do meu trabalho de conclusão de curso não poderia ter sido outra: foi com cerveja! Agora, no Mestrado, não trabalho especificamente com cerveja, mas escolhi a área de fermentação para estar em constante aprendizagem neste assunto que tanto amo, e vendo as possibilidades do profissional Cientista de Alimentos atuar nessa área, cresce ainda mais a vontade de me aprofundar e poder mostrar o nosso potencial e capacidade.

Sobre o autor

Diego Pádua de Almeida é Bacharel em Ciência e Tecnologia de Alimentos pelo Instituto Federal Fluminense – Campus Bom Jesus do Itabapoana (IFFluminense), Pós-graduando em Vigilância Sanitária e Qualidade dos Alimentos pela Faculdade de Venda Nova do Imigrante (FAVENI) e Mestrando em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – Campus JK (UFVJM).

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