No 20 de março é comemorado o dia mundial sem carne. O mundo dos alimentos plant-based vem aumentando de maneira exponencial e alternativas de carnes à base de plantas vem crescendo no mercado.
A existência do Dia Mundial Sem Carne
O dia mundial sem carne significa inclusão, alternativas, sustentabilidade, criatividade e futuro. O objetivo da iniciativa é promover novas fontes de proteínas para complementar a oferta global de alimentos, oferecendo alternativas análogas às de origem animal. O desenvolvimento do setor de proteínas alternativas está crescendo e se desenvolvendo muito.
O mercado dos produtos vegetais têm buscado suprir, além de demandas sensoriais, também as faltas nutricionais que ocorrem com a troca dos produtos de origem animal, que são fontes de, por exemplo, vitaminas D, B, ômegas 3 e 6 e cálcio.
Perfil dos consumidores e demanda
Uma pesquisa realizada pelo The Good Food Institute em 2019, mostrou que 49% dos brasileiros reduziram seu consumo de carne nos 12 meses anteriores. Boa parte da substituição feita por esses consumidores, chamados de ‘flexitarianos’, é feita com vegetais comuns (47%), mas as carnes vegetais têm participação relevante (12%).
Atualmente, cerca de 14% da população Brasileira segue a dieta vegetariana e, dentro deste grupo existem outros, como vegana, ovolactovegetariana, lactovegetariana, ovovegetariana e vegetariana estrita. Além destas, existe a dieta já citada: a flextariana, que é seguida por pessoas que reduzem seu consumo de produtos com origem animal, seguindo tendências mais naturais, sustentáveis, saudáveis, e também por curiosidade, variam suas dietas.
Esforços na Indústria de Alimentos
Desenvolver uma categoria é um movimento de diversas empresas. Veganos e vegetarianos são uma parcela crescente da população. São públicos fiéis, que estão ali por uma causa. Mas acreditamos que o grande potencial está nas pessoas que não têm essa causa, mas procuram uma alimentação mais equilibrada e que continue gostosa.
Os produtos à base de plantas ofertados nos mercados normalmente seguem as linhas de: possuir sabor, aroma e textura igual ou melhor, ser o mais natural possível, ter valor nutricional igual ou melhor, preço similar, forma de preparo parecido e ser fácil de encontrar.
Novas Demandas e o Brasil
O Brasil é um dos cinco maiores produtores de carne do mundo, mas o potencial também é enorme: o país também é o quinto mercado no mundo para a comida saudável, segundo o The Good Food Institute, organização global pela inovação na indústria de alimentos.
A produção global de alimentos, que é baseada na criação de animais, usa um terço da superfície da terra, emite muito CO2 e tem uso descuidado de água, terra e energia.
Se quisermos mudar essa realidade, temos que mudar a forma como nossos alimentos são feitos. Alimentos à base de plantas têm um impacto consideravelmente menor em nosso planeta. Então quando escolhemos alternativas, estamos um passo mais perto de um planeta sustentável.
Cientista de Alimentos e as possibilidades
E a importância do Cientista de Alimentos no meio disso tudo, onde fica?
É possível a inserção do Cientista de Alimentos na área de pesquisa de mercado, produtiva, de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de produtos, marketing e comercial. É possível o desenvolvimento de produtos análogos a carne de acordo com cada região, perfil de cliente, perfil do mercado local, entre outras variáveis.
Sobre a autora
Ana Clara Bortoluzzi Teixeira
Cientista de Alimentos formada pela ESALQ – USP em 2021.
Durante a graduação trabalhou com projetos de pesquisa na área de análise sensorial, além de fazer parte do Grupo de Extensão em Qualidade e Processamento de Produtos Cárneos, atuando em projetos de análises físico-químicas, sensoriais, processamento, estudo de vida útil e embalagens.
Realizou, em 2020, um intercâmbio como aluna estagiária na Espanha, no IRTA (Institute of Agrifood Research and Technology), trabalhando com alternativas naturais de conservação de alimentos, estudos de vida útil, processamento e análises sensoriais em diferentes produtos cárneos e pescados.
Atualmente trabalha na The New Foods, atuando como analista pleno de Pesquisa e Desenvolvimento de produtos de carnes plant-based.
Fonte:
The Good Food Institute (GFI), O consumidor brasileiro e o mercado plant-based, The Good Food Institute, 2019. Acesso em 18/03/2022: <https://gfi.org.br/2020/12/07/50-dos-brasileiros-afirmam-reduzir-o-consumo-de-carne/#:~:text=GFI%20%E2%80%93%20The%20Good%20Food%20Institute,e%20o%20mercado%20plant%2Dbased&text=A%20preocupa%C3%A7%C3%A3o%20com%20a%20sa%C3%BAde,nas%20escolhas%20alimentares%20dos%20consumidores>
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